Nasci numa época meio “intermediária”. Não fui hippie, talvez porque ainda fosse muito jovem pra isso. Não brinquei com lança-perfume e nunca usei drogas. Não fui uma feminista de queimar sutiã em praça pública, mas sempre tive coragem para não usá-lo, porque acho uma verdadeira tortura. Sempre achei que devia trabalhar e ganhar meu dinheiro, mas jamais me passou pela cabeça deixar meus filhos serem criados por babás ou irem com poucos meses para creches. Não me engajei em nenhum movimento de sexo livre, mas também nunca acreditei que minha sexualidade pudesse ser determinada por regras que nada tinham a ver comigo. Não costumo seguir a moda, mas sim o que me faz sentir bem. Ao longo de toda minha vida tenho questionado todas as verdades impostas pela sociedade. Mas, é claro, assim como todas as outras mulheres, sofro pressões. No meu caso, essas pressões me perturbam, às vezes me torturam, mas, no final, quase sempre (também não sou nenhuma heroína), elas é que cedem a mim. Só que o que vejo acontecer com as mulheres em geral não é exatamente isso. E tenho percebido que há uma verdadeira legião de mulheres infelizes que são fruto da obediência a regras que não criaram. Que acreditaram em modismos, religiões, moralismos e não se perguntaram se tudo isso as faria felizes. Acabaram distanciando-se de si mesmas, perderam o contato com a própria alma e hoje se perguntam o que fazer. Têm saudade do que talvez tenham sido nalgum dia, mas não sabem onde está nem como reencontrar “aquela”, que era mais feliz. - E agora? – Vejo mulheres se perguntando, com os olhos marejados, assustados, ou excessivamente tristes, sem saber o que fazer. Muitas temendo adoecer. Graças a Deus, pelo que percebo, nenhuma desiste. Como diz o Dalai Lama, a busca pela felicidade é intrínseca ao ser humano. E temos direito a ela!
Em janeiro desse ano, nas férias, numa fase complicada da minha vida, encontrei um livro que me fascinou: “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. É um livro dedicado a ajudar as mulheres a reencontrarem suas almas. Voltei das férias mergulhada na leitura e me conhecendo mais a cada página, cada história, cada análise que a autora propõe. Esse livro veio ratificar tudo aquilo em que eu sempre acreditara e me ajudou a me aproximar mais ainda da minha essência, o que traz como conseqüência natural uma enorme sensação de bem-estar, uma verdadeira libertação.
Surgiu em mim uma vontade gritante de divulgar esse trabalho maravilhoso entre o maior número possível de mulheres, para que elas também possam se reencontrar com sua essência e ter a chance de serem felizes. Claro que eu poderia simplesmente dizer às mulheres que leiam o livro. Mas, sei que não é tão simples. Conversando com várias mulheres percebi que elas estão tão desestimuladas que custam a acreditar que um livro possa lhes dar tanto e parecem não ter força para encarar uma difícil leitura de mais de seiscentas páginas. Além, é claro, de estarem tão envolvidas com a vida alheia que não se dão o direito de simplesmente parar para ler algo e aprender.
Talvez esse meu projeto pessoal cresça (Deus queira!) e algum dia venha a se tornar algo maior. Por enquanto, o instrumento que tenho é esse blog. O que posso prometer é, através dele, fazer uma espécie de “workshop” baseando-me nesse belo livro. Em doses homeopáticas, pretendo repassar a vocês suas histórias incrivelmente enriquecedoras, facilitando sua leitura, e espero poder contar com vocês para esmiuçá-las junto comigo. Cada leitora desse blog que vier a ler uma das histórias e comentá-la, cada uma que tiver coragem de se expor e a seus problemas, cada uma que lembrar de situações já vividas ou em pleno curso e tiver ânimo para contá-las, estará contribuindo para que esse trabalho cresça e para que muitas outras mulheres possam crescer também. Esse é o pedido que faço, com toda a força da minha alma: envolvam-se e participem! Todas só temos a ganhar!
Ana Lucia Sorrentino Garé
PS: Claro que, provavelmente, tendo esse espaço, não vou conseguir deixar de escrever sobre outros assuntos que considere relevantes... Portanto, não estranhem se às vezes encontrarem aqui textos que não se refiram à obra de Clarissa Pinkola Estés. Com certeza serão "provocações", para que pensemos um pouco mais sobre a vida...
2 comentários:
Olá Ana Lúcia.
Parabéns pelo seu trabalho. Também venho buscando esse reeencontro comigo mesma e agora constato maravilhada lendo esse livro algumas revelações surpreendentes.
Encontrei meio que por "acaso" esse site, por estar indicando o livro a algumas amigas e tive a bela surpresa ao me deparar com o livro na íntegra e com o excelente conteúdo do seu blog.
De fato é um mistério o poder que um livro pode fazer a uma pessoa. Manter-se aberta e ter um desejo ardente de mudar a vida faz com que a pessoa se incline a ler avidamente e praticar todas as diretrizes de ensinamentos de livros como esse.
Beijo em seu coração.
Katheleen
Katheleen:
Obrigada pelo seu comentário! É super importante que pessoas como você, que conhecem o livro, se manifestem, pra que outras mulheres se animem a conhecer esse trabalho!
Volte sempre, e bom "reencontro"!
Que você cresça cada vez mais!
Beijão!
Analú
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