sábado, 21 de janeiro de 2012

Sina





















Vi meu sangue correndo no roxo das veias,
sob a pele tão branca, tão transparente,
e tive dó de tanta fragilidade.
Os homens não têm sido mais
do que ilusões de homens.
Parece-me, afinal,
que pouca gente existe de verdade.
Contorço-me, circense,
sobrevivendo num mundo
onde impera a falsidade.
Desejo intensamente o distante.
Desisti de esperar do próximo proximidade.
Pago caro, todos os dias,
a conta alta que me apresenta
o vício da liberdade.
Resistente, me nego à hipocrisia.
Entrego-me, então, à mais fiel amante:
minha doce amiga Solidão.

Analú 
22/01/2012

domingo, 15 de janeiro de 2012

Bons Tempos


O Rio em tons de cinza.
O Cristo imerso em neblina.
A voz de Chico num samba.
Na praia, de preto, meninas.
Os corpos dançando, leves,
e o flerte rolando solto.
A festa monocromática
acordou cores em mim.  

Analú
15/01/2012