Rebuliço
Há um rebuliço
em mim:
luto pelo que morreu,
angústia pelo possível,
ânsia pelo que não
vem.
Há uma pulsão,
há em mim uma
pulsão também:
energia que se
represa,
que se represa,
e que se afoga
na seca dos dias.
Haverá algo,
afinal,
que, real, se
realize?
Poderá acontecer
me pegar
desprevenida,
não a
mediocridade:
um belo naco de
vida?
Será que há de
verdade
o que um dia
intuí,
não vitrine nem
vaidade,
nem desejo, nem
saudade:
proveito agora e
aqui?
Ana Lucia
Sorrentino
13/10/15