terça-feira, 13 de outubro de 2015

Rebuliço





















Rebuliço

Há um rebuliço em mim:
luto pelo que morreu,
angústia pelo possível,
ânsia pelo que não vem.
Há uma pulsão,
há em mim uma pulsão também:
energia que se represa,
que se represa,
e que se afoga na seca dos dias.
Haverá algo, afinal,
que, real, se realize?
Poderá acontecer
me pegar desprevenida,
não a mediocridade:
um belo naco de vida?
Será que há de verdade
o que um dia intuí,
não vitrine nem vaidade,
nem desejo, nem saudade:
proveito agora e aqui?


Ana Lucia Sorrentino
13/10/15