domingo, 30 de setembro de 2007

VII – "Mulheres..." - Um adendo para a História sem nome – Pequena história sobre Mahatma Gandhi

Essa pequena história que vou contar não está no "Mulheres..." É uma história que conheço e que acho que pode estimular um pouco mais nosso questionamento em relação à ditadura da moda (mundo objetivo) e também às ditaduras comportamentais (mundo subjetivo).

Mahatma Gandhi costumava usar apenas uma tanga a fim de se identificar com as massas simples da Índia. Certa vez chegou assim vestido numa festa dada pelo governador inglês.Os criados não o deixaram entrar. Voltou para casa e enviou um pacote ao governador, por um mensageiro. Continha um terno. O governador ligou para a casa dele e lhe perguntou o significado do embrulho.Gandhi respondeu: - Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe enviei o meu terno...

Claro que não quero pregar aqui o relaxo generalizado. É bom ser bonita, mas...
O que é "ser bonita?" Você acredita que alguém sem "conteúdo" possa ser realmente bonito? Você se preocupa o tempo todo em estar "adequada", e se percebe que não está "de acordo" com a situação social, fica arrasada? Em que valores você está se baseando? O que mais essa história lhe sugere? Pense nisso, e, se possível, compartilhe com a gente!

VI – "Mulheres..." - Aprendendo a analisar as histórias do ponto-de-vista do mundo objetivo e subjetivo

Tenho certeza de que você entendeu que esse “conforto” a que me referi no texto anterior não é só o conforto do mundo objetivo (suas roupas, seus sapatos, etc.). É também o seu conforto subjetivo (como você se sente nas diferentes situações que vive diariamente, com você mesma, com sua família, em seu trabalho, no seu lazer, etc.).
Essa percepção será extremamente importante sempre que você pensar nas histórias que vou propôr nesse blog. Porque as situações abordadas nas histórias retratam tanto o mundo objetivo quanto o subjetivo. Explico: no mundo objetivo (material) você está cercada de pessoas que, muitas vezes, têm certo papel na sua vida. Por exemplo: você tem um irmão que critica tudo o que você faz, e que sempre te induz a desistir de seus projetos. No mundo subjetivo (sua psique, ou sua alma) você também tem vários personagens que exercem influências sobre você. Assim, da mesma forma que seu irmão objetivo boicota seus projetos, há, dentro da sua psique, uma parte dela que também os boicota, boicotando você. Pode ter certeza: dentro de você há um sem número de “você mesma” que age das mais diversas formas, te ajudando a crescer ou bloqueando o seu crescimento. Te ajudando a se realizar ou te transformando numa frustração ambulante. Te ajudando a ser feliz ou te transformando numa eterna insatisfeita. E assim por diante...
O seu trabalho, através das histórias, será identificar e conhecer cada vez melhor todas essas mulheres que existem dentro de você. A partir daí, afastar ou minimizar a importância daquelas que te fazem mal e aproximar-se cada vez mais e fazer crescer aquelas que te fazem bem. Parece difícil? Nem tanto. É uma questão de treino.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

V - "Mulheres que Correm com os Lobos" - História sem nome

Vou me dar aqui o direito de não apresentar as histórias na ordem exata que elas estão no livro de Clarissa. Explico porquê: Há uma história, meio perdida no meio do livro, que nem ao menos nome tem, mas que, a meu ver, é a que melhor e de forma mais simples explica a "perda da essência" em função da sociedade. É através desse mecanismo, do "querer agradar", querer "adequar-se", que começamos, em tenra idade, a nos distanciar de nós mesmas, a nos mutilar.

Antes de começar a ler, relaxe. Respire fundo. Solte devagar. Nesse momento, você está perfeitamente à vontade? Você está de sapatos? Que tal fechar os olhos por alguns segundos, e sentir seus pés, seus dedos... O quanto dá pra você movimentar seus dedos dentro do seu sapato? O seu sapato é macio ou duro? É bico fino, salto agulha? Perceba se você está confortável da forma como está agora. Que tal tirar os sapatos? Estique os pés, mexa os dedos, relaxe. Encoste a sola dos pés no chão. Sinta a textura e a temperatura do piso. Foi gostoso? Seria bom se fosse sempre assim? Seus pés ficaram contentes? E a sua roupa? Está confortável? Solte-se. Fique assim, e leia a primeira história:


Um homem foi a um alfaiate, para experimentar um terno. Parado diante do espelho, ele percebeu que o colete estava um pouco irregular na parte inferior.
- Ora – disse o alfaiate – Não se preocupe com isso. Basta você puxar a ponta mais curta para baixo com a mão esquerda, que ninguém jamais vai perceber nada.
Enquanto o cliente fazia exatamente isso, ele notou que a lapela do paletó estava com uma ponta enrolada em vez de estar rente.
- Isso? – Perguntou o alfaiate. – Isso não é nada. É só você virar a cabeça um pouquinho e segurar a lapela no lugar com o queixo.
O freguês obedeceu e, quando o fez, observou que a costura de entrepernas estava meio curta e que o zíper lhe parecia um pouco apertado demais.
- Ora, nem pense nisso. Puxe o zíper para baixo com a mão direita, e tudo vai ficar perfeito. – O freguês concordou e comprou o terno.
No dia seguinte, o homem estreou o terno com todas as alterações de queixo e mãos. Enquanto ia mancando pelo parque, com o queixo segurando a lapela no lugar, uma das mãos puxando o colete, e a outra mão agarrada ao zíper, dois velhos pararam de jogar damas para vê-lo passando com dificuldade.
- Meu Deus! – disse o primeiro velho. – Veja aquele pobre aleijado!
O segundo homem refletiu por um instante antes de sussurrar:
- É, ele é bem aleijado mesmo, mas sabe o que eu queria saber... onde será que ele comprou um terno tão elegante?



O que eu quero que você perceba é o seguinte: da mesma forma que você parou para sentir o quanto seus sapatos e suas roupas estavam confortáveis ou não, você pode se perguntar por que você estava usando algo que não era confortável, assim como o personagem da história. Raciocine sobre isso. Então, você pode usar essa imagem, essa situação, para perceber o quanto você está confortável com tudo na vida. E se perguntar em nome de quê você está passando por esse desconforto.

Essa paradinha que você deu para observar e sentir como é que seus dedos estavam dentro do sapato, esse tempinho, você pode passar a se dar em vários momentos, na sua rotina, para detectar o quanto você está confortável em relação a tudo.

É claro, falar em “estar confortável na sua vida" parece ser tão abrangente, que você pode pensar que isso vá ser muito complicado. Mas não. Eu peço, simplesmente, que você comece a se perguntar. Aos poucos, você vai adquirindo maior consciência do quanto você está confortável ou não em pequenas situações. E tenho certeza de que isso vai levá-la a perceber o quanto você está confortável dentro da sua própria vida.

A partir de agora, na medida em que você for detectando seus confortos ou desconfortos, você pode começar a pensar: como eu poderia melhorar isso? O que é que a minha alma quer de mim nesse momento? Como a minha alma ficaria feliz e confortável agora?

Não é pra chutar o pau da barraca! Vamos com calma, sentindo e tentando, devagar, melhorar essa situação. Ok?

O mais importante é você começar a se relacionar com a sua alma. Se você achar que não está tendo resposta, num primeiro momento, não desista, porque, aos poucos, ela vai surgir, e eu tenho certeza de que você vai gostar. Ela é sua melhor amiga.

Posso acreditar que você vai reviver essa experiência no seu dia-a-dia?

Se você achar interessante, pode anotar as impressões que terá durante essa próxima semana. Faça uma espécie de diário e anote em que situação se sentiu mais ou menos confortável, talvez o que poderia fazer para melhorar isso.

E se você puder comentar essas experiências nesse blog, com certeza, estará enriquecendo esse conteúdo e ajudando muitas outras mulheres!

IV - "Mulheres que Correm com os Lobos" - O que é a "Mulher Selvagem" - desfazendo qualquer mal-entendido

Antes de começar a contar as histórias do livro, quero fazer um último comentário, para que se desfaça qualquer mal-entendido.
Ao me ouvir falar sobre o “arquétipo da Mulher Selvagem”, num primeiro momento, é possível que você se assuste com essa imagem, de "mulher selvagem". Você pode imaginar que essa mulher seja rebelde, ou feminista radical, ou promíscua, ou sei lá o quê, cada um deve imaginar algo. Então eu quero deixar bem claro, pra que ninguém fique pensando em desistir dessa busca, que a Mulher Selvagem é o que existe de melhor em nós e ela só pode nos ajudar e só pode melhorar a nossa vida. Ok? É nossa essência, nossa alma, nossa mulher intuitiva. Pra ilustrar isso, novamente vou transcrever um trecho do livro. São palavras da autora:

"Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar o oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana. Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade.
Ela implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso corpo com segurança e orgulho independentemente dos dons e das limitações desse corpo, falar e agir em defesa própria, estar consciente, alerta, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inatos às mulheres, adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível. "

E ela diz mais: "a mulher selvagem é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher."

Então, vamos abrir a porta dessa jaula? É só continuar a ler, e se propôr a pensar!

III - "Mulheres que Correm com os Lobos" - Veja se você se enquadra nessa descrição de sintomas

Na contracapa do livro "Mulheres..." há o texto, que transcrevo abaixo, e que vou pedir que você leia com muita atenção, pra detectar se você se identifica com as situações que a autora coloca:

“Sensações de vazio, fadiga, medo, depressão, fragilidade, bloqueio e falta de criatividade são sintomas cada vez mais freqüentes entre as mulheres modernas, assoberbadas com o acúmulo de funções na família e na vida profissional. Esse problema, no entanto, não é recente. Ele veio junto com o desenvolvimento de uma cultura que transformou a mulher numa espécie de animal doméstico. "

Você se identificou? Você já sofreu ou sofre com esses sintomas? Você já se sentiu um animal doméstico? Ou uma fera enjaulada?
Você já parou pra se perguntar em que ponto da sua vida a sua "essência" começou a se desvanecer? Você tem saudade de alguém que foi, em algum período, lá atrás, e que era muito mais feliz do que essa pessoa em que você se transformou?

Se você respondeu "sim"à maior parte dessas perguntas, vale a pena ir a fundo e tentar o resgate dessa "mulher selvagem".

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

* "Provocação" - Sobre Tropa de Elite

Link do trailer: http://br.youtube.com/watch?v=0jeTL9hC3Wg

Ontem assisti "Tropa de Elite". Como já havia ouvido vários comentários sobre o filme ser chocante, não fiquei tão chocada assim. Pensei, logo de cara, que "Cidade de Deus"me chocou bem mais. Claro, porque em "Cidade de Deus" vemos que se criam crianças para o crime. E há muitas cenas de crianças barbarizando, sem a menor idéia de quanto vale uma vida humana.
Hoje acordei com aquelas músicas na cabeça: "parrapapapapapapapa... (som de tiros) e "tropa de elite pega um pega geral... " Aí comecei a metabolizar as informações que recebi assistindo o filme, e me perguntei: afinal, o que é que tá acontecendo, que uma pessoa como eu, que há muito pouco tempo era radicalmente contra a pena de morte, hoje assiste um filme que mostra que no Rio de Janeiro existe uma polícia especialmente treinada para entrar na favela matando os traficantes, e não se choca? Acho que sei o que tá acontecendo. Tá acontecendo que a violência passou dos limites e comecei a perceber (tarde demais, tola que sou!) que os bandidos não são simplesmente gente que rouba para ter o que comer. Bandidos são gente do mal mesmo. São ruins.
Meu filho menor já foi assaltado no meu bairro duas vezes. O maior já teve o carro roubado outras duas, fora as vezes que roubaram os sons dos nossos carros. Sei que somos privilegiados, porque há pessoas que já sofreram um sem número de assaltos. Fora os assassinatos. Outro dia, minha faxineira disse que estava em casa e escutou um estrondo terrível. Na manhã seguinte ficou sabendo que bandidos tinham amarrado um "desafeto" numa árvore, num morro perto de sua casa, e colocado uma bomba dentro da boca dele. Antes de ontem três amigos nossos sofreram um seqüestro-relâmpago. Um deles havia acabado de pegar seu carro novo, ainda sem placa, e mostrava inocentemente, e orgulhoso, é claro, aos amigos, na porta do prédio onde mora. Três minutos de marcação de bobeira, e lá estavam os três, à mercê dos ladrões, tentando sacar dinheiro no caixa eletrônico. Roubaram seus celulares, e levaram o carro novo. Mas, o desinfeliz que roubou o carro, não se contentou em roubar calado! Enquanto levava os três rapazes - trabalhadores, diga-se de passagem - dentro do carro zerinho, ficou falando o tempo todo que o carro era uma porcaria, se não tinha carro melhor pra ele comprar, e coisas do gênero. Isso porque era um Punto zerinho! Era porcaria pro ladrão! É claro, porque não foi ele que trabalhou pra caramba pra conseguir comprar! Ele veio e simplesmente roubou o carro, usando um revólver, covardemente, e ainda ficou tripudiando em cima dos rapazes! Pro outro rapaz, que estava sem carteira e sem cartão do banco, mas que é trabalhador e sério pra caramba, ficou dizendo que ele era "boyzinho", porque não tinha nada... Sei lá que raio de raciocínio ele teve pra chegar a essa conclusão! Será que raciocinam?
Então, o negócio é o seguinte: pra ser bem sincera, eu não só não fiquei tão chocada, como fiquei excitada vendo os policiais matarem os bandidos! E o meu filho brincou que queria entrar pro BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais)!!! E os policiais do BOPE viraram meus ídolos!
Depois, fiquei analisando o treinamento que os policiais têm pra entrar no BOPE. Simplesmente é um treinamento pra ferrar com a cabeça do cara, pra ele ter muita raiva, e matar sem dó! E a corrupção? Se não fosse a imensa corrupção que rola na polícia, as coisas não chegariam a esse ponto. Policiais se vendem a torto e a direito e são os próprios policiais da PM que fornecem as armas pros traficantes! A corrupção é o que piora tudo, sempre! Aí você fica pensando se não daria pra criar um BOPE pra acabar com a corrupção no Senado...
Sei lá... A verdade é que, se os traficantes são do mal, a polícia tá criando uma outra espécie de seres humanos, também do mal, pra combatê-los.
E aí? O mal, quando combate o mal, é bem? E esses policiais, com a cabeça "estragada" pelo trabalho no BOPE, são capazes de ter uma vida pessoal normal? E se não fossem eles? O tráfico já teria acabado com o Rio de Janeiro? E agora? Você tem uma sugestão?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

II - Apresentação do livro "Mulheres Que Correm Com os Lobos" e de sua autora, Clarissa Pinkola Estés

Muito resumidamente: Clarissa Pinkola Estés é uma analista Junguiana com 20 anos de prática e contadora de histórias. Cresceu em contato com a natureza, e os lobos sempre rondaram seu universo, em sonhos ou na vida real. Estudando esses animais, ela observou várias semelhanças entre a loba e a mulher, principalmente no que se refere à dedicação aos filhos, ao companheiro e ao grupo. Em "Mulheres Que Correm Com Os Lobos", seu primeiro livro, ela defende a idéia de que, ao longo do desenvolvimento da civilização, esses instintos mais naturais - a que ela dá o nome de Mulher Selvagem - foram sendo domesticados, sufocando todo o potencial criativo da alma feminina. E faz um trabalho maravilhoso de resgate dessa alma através da análise de mitos, contos de fadas, lendas do folclore e outras histórias. Percorrendo as páginas de seu livro vamos nos ligando novamente aos atributos saudáveis e instintivos do arquétipo da mulher selvagem. Creiam: Clarissa consegue isso. E quem ganha somos nós!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

I - Por que "Reencontrando Sua Alma"?



Nasci numa época meio “intermediária”. Não fui hippie, talvez porque ainda fosse muito jovem pra isso. Não brinquei com lança-perfume e nunca usei drogas. Não fui uma feminista de queimar sutiã em praça pública, mas sempre tive coragem para não usá-lo, porque acho uma verdadeira tortura. Sempre achei que devia trabalhar e ganhar meu dinheiro, mas jamais me passou pela cabeça deixar meus filhos serem criados por babás ou irem com poucos meses para creches. Não me engajei em nenhum movimento de sexo livre, mas também nunca acreditei que minha sexualidade pudesse ser determinada por regras que nada tinham a ver comigo. Não costumo seguir a moda, mas sim o que me faz sentir bem. Ao longo de toda minha vida tenho questionado todas as verdades impostas pela sociedade. Mas, é claro, assim como todas as outras mulheres, sofro pressões. No meu caso, essas pressões me perturbam, às vezes me torturam, mas, no final, quase sempre (também não sou nenhuma heroína), elas é que cedem a mim. Só que o que vejo acontecer com as mulheres em geral não é exatamente isso. E tenho percebido que há uma verdadeira legião de mulheres infelizes que são fruto da obediência a regras que não criaram. Que acreditaram em modismos, religiões, moralismos e não se perguntaram se tudo isso as faria felizes. Acabaram distanciando-se de si mesmas, perderam o contato com a própria alma e hoje se perguntam o que fazer. Têm saudade do que talvez tenham sido nalgum dia, mas não sabem onde está nem como reencontrar “aquela”, que era mais feliz. - E agora? – Vejo mulheres se perguntando, com os olhos marejados, assustados, ou excessivamente tristes, sem saber o que fazer. Muitas temendo adoecer. Graças a Deus, pelo que percebo, nenhuma desiste. Como diz o Dalai Lama, a busca pela felicidade é intrínseca ao ser humano. E temos direito a ela!
Em janeiro desse ano, nas férias, numa fase complicada da minha vida, encontrei um livro que me fascinou: “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. É um livro dedicado a ajudar as mulheres a reencontrarem suas almas. Voltei das férias mergulhada na leitura e me conhecendo mais a cada página, cada história, cada análise que a autora propõe. Esse livro veio ratificar tudo aquilo em que eu sempre acreditara e me ajudou a me aproximar mais ainda da minha essência, o que traz como conseqüência natural uma enorme sensação de bem-estar, uma verdadeira libertação.
Surgiu em mim uma vontade gritante de divulgar esse trabalho maravilhoso entre o maior número possível de mulheres, para que elas também possam se reencontrar com sua essência e ter a chance de serem felizes. Claro que eu poderia simplesmente dizer às mulheres que leiam o livro. Mas, sei que não é tão simples. Conversando com várias mulheres percebi que elas estão tão desestimuladas que custam a acreditar que um livro possa lhes dar tanto e parecem não ter força para encarar uma difícil leitura de mais de seiscentas páginas. Além, é claro, de estarem tão envolvidas com a vida alheia que não se dão o direito de simplesmente parar para ler algo e aprender.
Talvez esse meu projeto pessoal cresça (Deus queira!) e algum dia venha a se tornar algo maior. Por enquanto, o instrumento que tenho é esse blog. O que posso prometer é, através dele, fazer uma espécie de “workshop” baseando-me nesse belo livro. Em doses homeopáticas, pretendo repassar a vocês suas histórias incrivelmente enriquecedoras, facilitando sua leitura, e espero poder contar com vocês para esmiuçá-las junto comigo. Cada leitora desse blog que vier a ler uma das histórias e comentá-la, cada uma que tiver coragem de se expor e a seus problemas, cada uma que lembrar de situações já vividas ou em pleno curso e tiver ânimo para contá-las, estará contribuindo para que esse trabalho cresça e para que muitas outras mulheres possam crescer também. Esse é o pedido que faço, com toda a força da minha alma: envolvam-se e participem! Todas só temos a ganhar!

Ana Lucia Sorrentino Garé

PS: Claro que, provavelmente, tendo esse espaço, não vou conseguir deixar de escrever sobre outros assuntos que considere relevantes... Portanto, não estranhem se às vezes encontrarem aqui textos que não se refiram à obra de Clarissa Pinkola Estés. Com certeza serão "provocações", para que pensemos um pouco mais sobre a vida...