completa medíocre.
Dondoca empoada
repleta de certezas e sorrisos,
sempre ao lado,
atenta aos seus cuidados.
Eterna garotinha
cativa e aloprada,
louca de amor,
com viseiras,
não vendo nada.
Nada mais do que esse mundinho
de meios-termos e negociatas baratas,trabalho e sono,
deveres de casa.
Não quer me deixar crescer...
E o medo?
Me rega e me poda.
Não, não,
não se destaque, por favor...Quietinha...
tapinhas na cabeça.
Ele me quer sua sombra,
três passos atrás, a postos pra qualquer chamado.
E - impossível negar -
me quer feliz,
satisfeita por poder servi-lo e agradá-lo.
Que privilégio! Poder amá-lo...
Nem sabe o que penso.
Não crê no que sinto,não ouve o que falo.
Ele me quer, mas não inteira:pedaço de mulher.
Analú (Alento -2007)
Imagem - Dario Alves -http://museudodourodarioalves.blogspot.com/
4 comentários:
É uma perfeita radiografia da mente masculina!
Fora desse padrão de relacionamento "sentimental", o homem se sente inseguro!
E isso vem das cavernas, está no DNA da espécie, quando o homem, fisicamente mais forte, numa época em que ser forte fisicamente era fundamental à sobrevivência, saia à busca do alimento na mata e a mulher cuidava da ninhada e da gruta!
Milhões de anos mais tarde isso foi reforçado por uma distorção religiosa do judaísmo/islamismo, veladamente copiada pelo cristianismo!
Ou não teria sido o Deus Criador de todas as coisas, homem e mulher entre elas, que relegou, de saída, a mulher ao segundo plano!
Paro por aqui, não quero discutir mais idiossincrasias...
Porém mudar esse forma de convivência, tem sido a grande cruz das mulheres, nos últimos 2 mil anos!
O padrão pode vir do tempo das cavernas, mas muda dia a dia. Muita coisa mudou de anos prá cá, muita coisa avançou, mas ainda são necessárias as "Leis Maria da Penha".
Muito bem, você poetiza sobre assunto da maior seriedade, além de incluir bastante sensibilidade e bom gosto no texto. O próprio "pedaço de mulher" que serviu de ilustração foi bem escolhido.
Gostei, no todo.
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