Três Palavras
O último copo no escorredor,
a pia brilhando,
o sono chegando.
O banho gostoso,
o quente da água
depois de dia tão frio...
Meninos na cama,
silêncio, enfim.
Lençóis trocados,
acolchoado,
o meu teclado.
A tela em branco,
um tempo pra mim.
O sono vai.
Três palavras
e algo escorre
por entre as pernas.
Lento, morno, traiçoeiro.
Foi a calcinha,
a camisola,
o lençol.
Na corrida,
arte abstrata em vermelho vivo
no chão de madeira clara
e no gelo do piso do banheiro.
Mulher é um ser humano
que não sabe o que é ter paz.
2007
Beeeijos!!! :)
Analú
10 comentários:
Grande Ana (nome da minha irma ), belo poema. Gostei. E olha que eu naosou de comentar poesia. Muito bom mesmo!!!!
Abraço!!!!!
Com certeza, ai vc retrata o vazio que uma alma feminina sente, depois de ter cumprido toda sua tarefa rotineira sem tempo para si mesma.
Qdo será que o tempo não será mais enfático em nossa vida, ao ponto de só a noite traiçoeira nos acolhe em nossos temores rsssss.
Nossa filosofei e me empolguei rsssssssssssss
Bjs.
Ana
Uma quarta palavra: "sentimento". Seu blog e sua mensagem tem isso.
Um abraço
Nem tudo é perfeito, depois de um dia cheio de atribuições e atribulações. Quando tudo parece bem, vem o "quase". Mas até que isso não parece ser um problema - a gente dá conta disso fácil...ruim são outras coisas que nos tiram o sono - e nem é inspiração para escrever.
Adoro seus poemas, Nalú! Vida longa pra eles!!! Beijo!
Ana
Amei a poesia.
Que capacidade, habilidade, sensibilidade para transpor esse efeito de ser mulher promove.
Parabéns por vencer e escrever.
Beijos
Ana Lu
Parabéns ,você conseguiu em versos
compor o dia a dia da mãe e da mulher.
E como esse vermelho cansa , não???
Isto que acabo de ler pra mim é sensibilidade, é feminilidade, é arte, enfim.
Gostei e gostei.
Ana
Uma grande sutileza narrativa sobre as surpresas dos eventos medianamente previsíveis de nosso cotidiano!
Gostei muito!
Luiz
a paz que se dane!
isto é, paz, sim, mas de um jeito doce e satisfeito, refeito no cansaço de ser tudo em cada pedaço e saber que há um mundo mais completo em todo o gesto da mulher!!
depois, há ainda essa paz íntima que só a alma surpreende, no eu do tacto dos lençóis, na dobra cuidada e da mesma cor da almofada ou da camisola ou da roupa interior ou do cortinado ou do candeeiro ou de seja o que for para o que é feminino se apaziguar com o sonho que perdura e sobrevem ao calor, ao frio, ao ardor, ao torpor, ao tremer e estremecer de sentir quem é e o que está feito no mesmo tom do que bate e rebate por dentro do peito!!!
ah... saravá
;_)))
Mulher é um bicho que não sabe ter paz...mas até que gosta, viu? rs..
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