1
- Que o prazer de aprender jamais se deixe ofuscar pela obrigação do saber.
2
- Que o pensar jamais se sobreponha ao sentir.
3
- Que eu nunca esqueça que a vida acontece nos bosques da vida, e não nos
labirintos dos pensamentos alheios.
4-
Que a filosofia me abra horizontes, ao me apontar infinitas possibilidades, mas
jamais me feche os caminhos, impondo-me qualquer uma delas.
5
- Que a filosofia seja minha servidora, e não eu sua escrava.
6
- Que, por mais que eu aprenda, jamais me afogue na vaidade oceânica dos que se
julgam pensadores, mas continue flutuando com a irreverente leveza dos que se
deixam levar pelas marolas das livres ideias.
7
– Que, por mais que eu veja e conheça, eu não perca a capacidade de me admirar,
me indignar e me revoltar. E que a postura necessária ao debate filosófico se
restrinja a ele e nunca afete minha espontaneidade.
8
– Que as minhas reflexões sejam sempre repletas de interrogações e que minhas
afirmações não sejam surdas às afirmações alheias.
9
– Que eu jamais seja apenas um recorte de mim e que eu nunca julgue os outros
por pequenos recortes deles.
10
- Que eu nunca me orgulhe demais pelo que sei e nunca me envergonhe demais pelo
que não sei.
11
– Que eu nunca acredite que algo ou alguém é brilhante apenas porque foi aceito
como brilhante por uma maioria.
11.1 - Que eu nunca duvide
do brilhantismo de alguém apenas porque esse alguém ainda não foi aceito como
brilhante por uma maioria.
12
– Que eu nunca julgue a minha crença mais digna de respeito do que a crença
alheia.
13
- Que as epígrafes, citações, notas de rodapés e bibliografias não me consumam,
roubando o caráter lúdico do filosofar.
14
– Que eu sempre tenha consciência do meu valor, mesmo que ele não seja
reconhecido por outros.
15-
Que, embora ame o debate, eu jamais esqueça o quanto é bom um silêncio
compartilhado e o quanto os jogos carnais podem, às vezes, ser bem mais
interessantes do que as disputas intelectuais.
16 - E que, acima de tudo,
eu nunca perca de vista a poeta que sou, por conta da filósofa que ensaio ser.
17
- Que a minha grande viagem se dê fora do tempo e do espaço, nas estrofes das
poesias. Porque, no final das contas, embora ame filosofar, o que eu quero
mesmo é poetar... ;)
Obs:
este tratado está em permanente construção.
Analú
6 comentários:
Reflexão valiosa, Ana. Realmente para ler e reler sempre!!!Tratado que serve para nós outros, também. Adorei!
Beijoss
Uma beleza de texto Ana,
pensamos a mesma coisa, mas tem
mais gente que pensa assim, uma
hora quero te apresentar o
Favaretto, a Olgária, o Sergio
Cardoso, o Juvenal, ...
Grande beijo,
Paulo Henrique
Abrir mão jamais, dos nossos ideais mais racionais; se é que eles existem...
Movimento, primeiro mandamento.
No mais, procurar Luzes.
Abraços e uma ótima semana!
Nossa! Muito bom Ana! Vc sem duvida alguma possui um lirismo e uma criatividade exclusivas!
Compartilho das tuas ideias e sensacoes, alem de admirar a tua bela escrita.
E, de fato, na medida em que a poesia nao possui a pretencao filosofica de encontrar verdades,na maior parte das vezes se faz mais satisfatoria, pois deixa fluir,de forma descompromissada, a misteriosa substancia da existencia humana.
Bj. Li
Belo texto, Analú. Adorei!
Bjs
Conhecendo um pouco de teu ser-inquieto, Sorre, tenho certeza que esta lista nunca irá parar de crescer.
Bom demais.
Postar um comentário