É movediça a zona em que patino.
Mar aberto, sem cais pra ancorar.
Não há passado que valha
como semente de qualquer destino,
não há valor que sustente
o que já não tem como se sustentar.
O tempo ido não deixa rastro
nem há experiência duradoura
que possa nos servir de lastro.
O hoje é pressa, instante, desatino...
Não há mais um olhar calmo,
um ouvido atento,
uma conversa que perdure
para além de um momento.
Tábua de salvação feita de fé e força,
me agarro no que me resta de sentimento
e resisto, valente, à deriva.
Mas por dentro me arrebento.
Ana Lucia Sorrentino
Um comentário:
Excelente, como sempre. Abraços. Pedro.
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