sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Elite fantasmagórica


























Como os senhores de Hegel, 
servos de seus servos.
Dependentes do trabalho
e do olhar alheio,
é nas vitrines que buscam
o que lhes falta - recheio.
É na grife, na pose,
na posse.
No carro do ano
- prolongamento do pau -,
na pinta de rico,
na arrogância infernal.
Na bolsa Vuitton,
no erro no tom,
na fraca moral.
É no engano aristotélico
de achar-se melhor e mais
e querer que alguns lhes sejam
naturalmente serviçais.
É na pura insanidade
do viver só de vaidade,
manter-se só de fachada
e por dentro não ter é nada.
Vira-latas carentes,
imperialistas subservientes,
abanam o rabo
e lambem, em adoração,
os EUA e o mercado.
Sono de pílula,
sexo sem tesão,
glamour de fachada,
hipocrisia em profusão.
Muitas pseudo-aventuras
e nada, nada, nada,
absolutamente nada
de compaixão. 
                       Ana Lucia Sorrentino                                    






Nenhum comentário: