Quando tudo que não foi
não mais tiver importância
nos vãos espaços das vãs
lembranças;
quando tudo o que há de vir
não tiver mais o poder
de causar qualquer receio
e não mais puser a perder
do sono de hoje o esteio;
quando não mais brotar embriaguez
da fértil semente do olhar alheio
e como uma flor cansada
a vaidade murchar de vez;
quando o necessário for
vergonhosamente flagrado
em sua mais absoluta inutilidade
e as fugidias verdades
compreenderem
de todas as coisas o caráter passageiro;
quando o que restar for apenas
m
o v i m e n t o;
talvez, então,
se instale, enfim, a leveza.
Flutuaremos no nada
sorrindo zombeteiramente
das bobagens da vida...
Analú
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