Creio piamente
que nada é por
acaso
e que tudo é
contingente.
Divido-me o
tempo todo
entre não
acreditar em nada
e acreditar o
tempo todo em tudo.
Zombo da existência
de Deus
e lhe peço, em
oração,
que me devolva a
fé.
Esquerda e
direita
me parecem
igualmente
sedutoras e
perigosas.
Estanco na
esquina,
convictamente
equivocada.
Noite e dia
em pacífica
desordem
habitam em mim,
e constituem o
que sou:
pura aporia.
2 comentários:
Sua poesia
se revitaliza
cara poetisa
em Pura Aporia
Analú,
Dizem que os melhores perfumes estão nos pequenos frascos. Lendo você, agora, constato isso: um texto tão lindo, com tanta vida dentro dele e escrito em poucas linhas.
As suas palavras, hoje, abençoam a minha humanidade, perfumam a alma e aliviam a angústia que sinto por viver na eterna ponte do querer e deixar partir... Obrigada!
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