Pro Rafael, com amor.
Vez
ou outra,
quando
o pai lhe pede emprestada a cama,
ele
vem,
travesseiro
debaixo do braço,
sorriso
estampado no rosto,
felicidade
ambulante.
Se
embrenha pelos meus lençóis,
busca
minha mão embaixo da fronha,
pede
o beijo antes do sono.
Dorme
em paz.
Nenhum
outro homem
jamais
foi ou será tão feliz
por
dormir ao meu lado.
Sinto-me
plena.
Pela
manhã,
saio
por um momento da cama,
e
volto, em seguida, gelada.
Encosto-me
em seu calor,
me
aqueço instantaneamente.
Procuro
seu pé, que ele,
generosamente,
me
oferece, gostoso e quente.
Ficamos
assim,
ele
dormindo, quase roncando,
pezinho
encostado ao meu.
Sinto
seus dedinhos gordos se movimentando
num
doce carinho improvisado.
Cabeça
oca,
Morfeu
me dominando,
flagro
um riso em meus lábios.
E
antes de me entregar por inteiro ao sono,
raciocino,
embriagada,
que
ser feliz é tão simples,
tão
fácil,
quase
nada...
Ana Lucia Sorrentino
Um comentário:
Que dá pra ser feliz, dá sim. Fica definitivamente provado, aqui.
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