terça-feira, 21 de agosto de 2012

Maturidade



Num susto me acomete
inesperado recato.
Um bem-vindo autoamor,
um quê de orgulho e vaidade.  
Súbita maturidade,
contrariando o esperado,
não vem aos poucos,
a cada ruga
ou fragilidade.
Vem de uma só vez, 
inteira e com gosto de novidade.
Me possui,
me traz cuidados comigo,
mitiga minhas verdades,  
e me imprime dignidade. 

Analú 

2 comentários:

Suzana Duraes disse...

A maturidade imprime em nós esse ar cuidadoso! Seria instinto de sobrevivência?

O que sei é que o texto é lindo!


Beijo, Ana!!

João Esteves disse...

Que interessante, Analú. A poetisa que poetiza sobre a própria maturidade que chega de uma vez só e é bem recebida, que coisa linda.