sábado, 24 de maio de 2014

Não sei não, Hegel...




















Embora Hegel queira crer
que progrido em espiral
num próspero aprender
rumo ao absoluto,
parece-me que minha vida
se sucede sempre em ciclos:
início e fim,
nascimento e luto.
Cada ciclo que se encerra
encerra algum saber,
das vivências algum fruto
muda algo em meu ser.
Cada ciclo que se inicia
me apresenta novos fatos,
novas gentes e lugares,
um constante acontecer.
Sigo assim, sempre assustada,
pois aquilo que aprendi,
apesar de me alterar,
não me garante nada.
A vida é sempre espanto,
do início até o fim:
do berço ao túmulo
a sorte é quem cuida de mim.



                                                                                       Ana Lucia Sorrentino